#ReceitasQueBrilham: Cardápio para o réveillon

#ReceitasQueBrilham: Cardápio para o réveillon
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Por Rita Lobo - 16 de dezembro de 2014


Você é do tipo que faz alguma simpatia na noite de réveillon? Porque eu faço todas que conheço. TO-DAS! Essa é das festas que mais gosto de comemorar. Visto roupa branca (nem sempre nova, confesso), pulo sete ondas (se estiver na praia, naturalmente, caso contrário fico dando pulinhos de alegria no mesmo lugar) e guardo sete sementes de romã na carteira. Tem mais, porém, aqui para o blog, o que realmente importa são os alimentos da sorte, ou alimentos simbólicos. Eles vão ser a base de muita comida gostosa e ainda representam os nossos desejos para o ano novo.

Ah, sim, porque apesar de conhecer o poder da comida, especialmente na nossa saúde (física e emocional), duvido muito que a lentilha vá fazer a fortuna, de fato, bater à minha porta. #LentilhaMeRepresenta! Já deixo aqui outorgado: lentilha por um ano mais farto, mais rico, mais Hebe Camargo. Oi? Fim de ano a gente vai ficando meio zureta.

Lembrei de um amigo, muito divertido, que jura preparar um frango à Paloma Picasso. Ele explica, fazendo voz de moça: “Numa panela bem linda, coloque um frango bem gordo, os legumes mais coloridos que tiver e tempere com um vidro de Paloma Picasso (o perfume). Por uma vida mais Paloma!”.

Vamos às nossas receitas que funcionam. Aposto que todos vamos preparar uma deliciosa salada de lentilha, bem temperadinha — nada de Paloma. Sugiro muita cebola caramelizada e uma pitada de cominho. Essa é a especiaria certa para a lentilha ficar gostosa. Até quem não gosta de cominho elogia a minha salada. Os sabores se combinam e vira uma outra coisa. (A receita está no cardápio abaixo.)



Vamos servir também uma salada de romã? Ou melhor, a salada é de folhas verdes, mas ganha sementes de romã e também um molho com melado de romã. Assim, quem não tem acesso à fruta pode usar o molho — e quem não tem ao molho, usa a fruta. Não tem nenhum? Sirva fruta do conde, maracujá ou kiwi na sobremesa! Ou qualquer outro fruto repleto de sementes.

O costume de transformar alimentos em símbolos vem da mesa judaica, mais especificamente de Rosh Hashaná, o ano novo do calendário hebraico. Na tradição sefaradi, por exemplo, além da lentilha, arroz e trigo são alimentos que representam a fartura ou fortuna. Já frutas cheias de sementes, como a romã, indicam a vontade de que as boas ações sejam numerosas durante o ano.

Outra tradição é a de não comer nada que cisque para trás, como frango ou peru. Eu fujo de peru no ano novo! Na ceia de réveillon, peixe é alimento certo: ele nada para frente, até contra a maré. Mais uma vantagem: é leve para comer à noite e mais simples de preparar — e eu não abro mão de praticidade. Por isso, resolvi colocar na mesma panela dois alimentos que não podem faltar na ceia: o peixe e o arroz. O delicioso arroz de peixe, com jeitão de comida portuguesa, sozinho já seria uma refeição completa.



Peralá, ainda tem o abacaxi... Você pode estar se perguntando o que o abacaxi, uma fruta nada bíblica, está representando num cardápio cheio de alimentos simbólicos, originalmente usados na mesa judaica. Aqui vem a minha licença poética: vamos descascar o último abacaxi do ano, antes da noite do 31, e transforma-lo numa sobremesa irresistível. Ano novo saboroso e sem abacaxis para descascar!

Vamos ao cardápio? Não, não, ainda temos que preparar o drinque! Bellini é um clássico, ótimo para a ocasião, porque leva vinho espumante. Mas o original italiano é feito com um suco de pêssego que a gente não encontra por aqui. Já que é para usar outro, por que não mixar com um suco de goiaba? Delícia, rosinha, tropical... Ai, ai, e se o ano ficar goiaba? Não vai, não: o prosecco é o antidoto. Ele agita qualquer refeição. Agora sim, vamos ver receita a receita.

#DicasQueBrilham: prepare o prato principal, o delicioso arroz de peixe, numa panela de aço inox com fundo triplo, sem ser antiaderente, como essa da foto. O fundinho que fica na panela — de refogar a cebola e dourar o peixe —, vai ser a base do sabor do arroz. Outra vantagem é que esse tipo de panela reduz o tempo de cozimento. Dá até para desligar um minutinho antes de o arroz ficar pronto, tampar a panela e deixar que ele termine de cozinhar no próprio vapor.

Cardápio para brilhar no réveillon

Bellini de goiaba
Salada de lentilha com cebola caramelizada
Salada de verdes com vinagrete de romã
Arroz de peixe
Bolo gelado de abacaxi


Foto: Editora Panelinha