Meta das hortaliças!

Meta das hortaliças!
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Por Rita Lobo - 03 de julho de 2025


Muita gente comenta comigo que tem dificuldade em variar o cardápio, principalmente quem tem filhos em idade escolar – e quer garantir uma alimentação saudável, balanceada e sem ultraprocessados.

E não é simples, mesmo. Parece que quando a gente acerta a lista de compras não aguenta mais comer a mesma coisa, não é? Agora, imagine se, além de fazer um bom planejamento, cozinhar, porcionar, congelar, reaproveitar as sobras, você ainda tiver que calcular a quantidade de carboidrato ou proteína que a família vai comer!

Criar um problema pra vender a solução em forma de produtos é um velho truque da indústria de ultraprocessados pra convencer as pessoas a comprarem o que elas não precisam.

Temos uma dieta brasileira

Uma das soluções pra facilitar a manutenção de uma alimentação saudável, de verdade, é aproveitar a dieta brasileira. (Não é curioso que tanta gente conheça a dieta mediterrânea mas poucos reconheçam a dieta brasileira?) Ela é simbolizada pelo prato de arroz com feijão, que reúne os principais grupos alimentares que devemos consumir todos os dias.

Por trás do pê-efe tem uma fórmula de alimentação saudável
  • O arroz representa o grupo dos cereais, raízes e tubérculos.
  • O feijão, seja ele carioca, preto, branco, verde, é o representante das leguminosas.
  • Pra quem come, tem o grupo das carnes, que vai além da vermelha. E os ovos também estão neste grupo. (Lembrando que carnes e ovos não são as únicas fontes de proteínas da nossa alimentação.)
  • Do outro lado do prato ficam as hortaliças, que são todos os legumes e verduras. E, SIM, É DELAS QUE QUERO FALAR LOGO MAIS!
  • Só ficam faltando as frutas, que podem aparecer como sobremesa!
A nossa dieta brasileira é saudável, saborosa, democrática e, também, balanceada.

Por trás da dieta brasileira, além de tradição, cultura, identidade, tem muita ciência. Ou melhor, não que os nossos avós soubessem que, juntando o arroz com feijão no prato, estavam garantindo uma excelente fonte de proteína vegetal na alimentação. Nem que com o pê-efe estavam juntando de forma equilibrada os principais grupos alimentares.

A dieta brasileira não foi inventada por uma pessoa, não é uma teoria, uma hipótese de alimentação que dá certo. Ela foi sendo construída no decorrer de centenas de anos. E só por isso já seria garantia de que ela funciona. (O problema começa quando começamos a trocar a comida de verdade pelos ultraprocessados.) Mas, além disso, hoje está nas recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira, um documento oficial do país que inspirou vários outros países.

A ciência por trás do prato

O Guia foi coordenado pelo Nupens (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP), grupo fundado por Carlos Monteiro, professor emérito da Faculdade de Saúde Pública da USP, considerado uma das 50 pessoas mais influentes do mundo pelo Washington Post. Ele é também um dos cientistas mais citados do mundo segundo lista da Clarivate Analytics. Esse foi o grupo que criou a classificação dos alimentos por grau de processamento e cunhou o termo ultraprocessados, um divisor de águas no mundo na nutrição.

O Nupens, há mais de 10 anos, é parceiro científico do Panelinha. É com base nesse trabalho conjunto que divulgamos informações sobre alimentação saudável, baseadas em evidências científicas.

Quem é freguês do Panelinha já sabe que além do nosso trabalho de levar todo mundo pra cozinha, a gente também ensina a diferenciar comida de verdade de ultraprocessados.

E por ensinar milhões de pessoas a melhorar a alimentação, todos os anos, eu mesma sou convidada pra palestrar nos principais congressos médicos e de nutrição do país, como o Congresso Brasileiro de Cardiologia, o Congresso Brasileiro de Pediatria, o Congresso Brasileiro de Nutrição, o Congresso Mundial de Saúde Pública e Nutrição, o Congresso Internacional de Obesidade -- sem falar que esse ano também participei da campanha internacional da Federação Mundial de Obesidade.

Que honra trocar conhecimento com tantos profissionais.

Muito bem, tudo isso pra dizer que, se você quer melhorar a sua alimentação, em vez de procurar bater meta de proteína, ou contabilizar qualquer outro macronutriente, busque variar o leque de nutrientes que você oferece ao seu corpo. Como? Variando as hortaliças. São elas que vão turbinar a sua alimentação.

Então, vou propor um desafio. Inclua mais legumes e verduras na sua lista de compras e aumente o consumo desses alimentos poderosos no seu cardápio semanal. Pra facilitar, clique no link abaixo.

CONHEÇA AS PRINCIPAIS HORTALIÇAS

E no meu livro O que tem na geladeira?, você encontra mais de 200 receitas com os principais 30 legumes e verduras que temos no Brasil.

Meta das hortaliças, sim!

Pra facilitar ainda mais, aqui vão 30 opções que você pode usar em saladas, refogados, assados, suflês, caldos e muito mais:

Abóbora, abobrinha, acelga, agrião, alface, alho-poró, berinjela, beterraba, brócolis, cebola, cenoura, chuchu, couve, couve-flor, erva-doce, escarola, espinafre, gengibre, jiló, maxixe, mandioquinha, pepino, pimentão, rabanete, quiabo, repolho, rúcula, salsão, taioba, tomate.

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