#VozesNegrasImportam: Aline Guedes

#VozesNegrasImportam: Aline Guedes
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Por Rita Lobo - 09 de outubro de 2020


Aline Guedes é chef e pesquisa a alimentação e a comensalidade nos quilombos remanescentes no Estado de São Paulo. Conheça o trabalho dela e siga: @chefalineguedes. E confira as receitas e dicas que ela compartilha com a gente hoje e amanhã no @Panelinha_RitaLobo.


"Meu nome é Aline Guedes (@chefalineguedes), sou proprietária do Ateliê Chef Aline Guedes, professora do curso de gastronomia de duas instituições de ensino superior e pesquisadora da alimentação e comensalidade de quilombos remanescentes do Estado de São Paulo.

Minha vida na cozinha começou cedo. Quando ainda pequena, ficava colada na minha mãe nas casas em que ela trabalhou como cozinheira/governanta e na nossa própria cozinha, nas poucas folgas que ela tinha. Estar na cozinha era estar próxima a ela e aquilo sempre me encantou.

Quando eu era adolescente, aos 17 anos, minha mãe insistiu para que eu estudasse gastronomia. Relutei. Tive medo de me tornar cozinheira na casa de alguém, assim como ela, que não desistiu e me convenceu. Aos 19 anos me formei em gastronomia e me apaixonei pelas oportunidades que a alimentação começou a me oferecer. Trabalhei em cozinhas de hotéis e restaurantes renomados, conheci outros países e culturas e segui meus estudos.

Fui me especializando em eventos e posteriormente concluí o mestrado em Hospitalidade, período em que tive o meu primeiro contato com um quilombo remanescente e senti forte em mim uma conexão ancestral à medida que desenvolvia a minha pesquisa.

Hoje, além de dar aulas no meu ateliê valorizando e enaltecendo a comensalidade em encontros informais e repletos de boa comida e troca de conhecimentos, busco seguir minha pesquisa acerca da relação ancestral e atual no que diz respeito à cultura alimentar de remanescentes quilombolas e a divulgá-la em favorecimento à constante busca pela valorização e preservação das tradições afro no nosso país."

Além de chef, Aline Guedes pesquisa a alimentação e a comensalidade nos quilombos remanescentes no Estado de São Paulo. Hoje, ela compartilha com a gente uma receita que aprendeu em suas pesquisas. Para conhecer a história dele veja o post no perfil da @RitaLobo.


"A alimentação quilombola tem a simplicidade dos ingredientes que se pode plantar e colher nestas comunidades, muitas vezes sem a interferência de itens adquiridos fora do quilombo. Isso permite sabores frescos, naturais e intensos, dos ingredientes que servem como protagonistas de uma série de preparações. É o caso destes bolinhos de chuva com banana.


Bolinhos de chuva de banana

Ingredientes:

- 4 bananas nanicas

- 3 a 4 colheres de sopa de açúcar

- 1 ½ xícara de chá de farinha de trigo (usar até engrossar)

- 1 colher de chá de fermento químico

- Óleo para fritar

- Açúcar e canela misturados a gosto para passar os bolinhos


Preparo:

- Amasse as bananas com um garfo e misture a elas o açúcar.

- Adicione a farinha de trigo e mexa até incorporar os ingredientes. Adicione o fermento em pó e misture bem.

- Frite em bastante óleo já aquecido até que os bolinhos boiem e fiquem dourados.

- Seque os bolinhos em papel absorvente e passe-os na mistura de açúcar e canela."

#VozesNegrasImportam

Dica de produção simples: Alho assado

O alho assado inteiro, temperado com azeite de oliva extra virgem, sal grosso, pimenta-do-reino moída a hora e ervas, como alecrim, envolto em papel alumínio, fica perfeito para acompanhar pratos com carne ou até para ser transformado em um belo purê de alho ou base para patês que podem ser servidos com pães, em mesas de aperitivos. No forno já preaquecido (180 °C), bem embrulhadas no alumínio, as cabeças inteiras não levam mais que 25 minutos para assar. Dica fácil, extremamente prática e deliciosa, como tudo na cozinha deve ser!"”