Trigo com romã
Por Rita Lobo - 20 de novembro de 2008
Você vai ficar com a impressão de que eu quero me exibir. Não é bem isso. Mas se eu não contar a história como ela aconteceu, o fim não faz sentindo. Acontece que, na sexta-feira passada, fui jantar na casa de uma amiga. Não era um jantar qualquer, era algo muito especial. Mas, antes de chegar ao jantar, preciso comentar sobre as amêndoas. Eram várias tigelinhas espalhadas pelas mesas. Peguei uma amêndoa com a mão, levei à boca e, antes mesmo de dar uma mordida, levei um susto: amêndoas assadas com sal e alecrim; você já experimentou? Uma explosão de sabor. Um combinação incrível. Talvez seja algo corriqueiro, mas eu nunca tinha comido. Não sei se a receita leva mais alguma coisa, talvez claras de ovo para os temperinhos grudarem bem ao assar.
Era um jantar grande em torno de um rabino, mais ou menos setenta pessoas. Não sabia se a comida era feita em casa, aliás, coisa rara, raríssima, num jantar grande assim. Mas não quis deixar de elogiar o petisco, antes de o serviço religioso começar. Disse à minha amiga que estava com medo de nem conseguir comer outra coisa, já tinha acabado com várias tigelinhas. “É Ginger!”, ela respondeu.
Ou seja, o jantar era feito pelo bufê da Andrea Rinzler e da Nina Horta. Imediatamente parei com as amêndoas; tinha de reservar lugar para os quitutes judaicos que seriam servidos após o Cabalat Shabat.
Um pouco mais de uma hora depois, almas lavadas, pensamentos soltos e todos prontos para uma taça de vinho e um pedaço de chalá. Na sala de jantar, uma mesa com muito mais do que isso: vareniques, guelfite fish, salmão defumado, salada de pepino, arenque e, ali no meio, salada de trigo com romã.
Há anos, muitos anos, não comia essa salada. Por que raios fiquei tanto tempo sem comer essa salada de trigo com romã? É das coisas mais gostosas que se pode comer. Basicamente, porque não sei fazer.
Liguei para a Nina e pedi a receita. Ela respondeu: “Puxa, que bom, tava boa a salada, é? É bem o tipo de comida que você gosta, não? Meio vegetariana...” (Agora vem a parte em que parece que eu quero me exibir.) Dias depois, chega à minha casa uma tigela, tigelona, da salada. Não consegui parar de comer. Comi até lamber o molho. E só depois de comer o último grão me dei conta de que ela mandou um pote de salada mas não me deu a receita. Danada.
Era um jantar grande em torno de um rabino, mais ou menos setenta pessoas. Não sabia se a comida era feita em casa, aliás, coisa rara, raríssima, num jantar grande assim. Mas não quis deixar de elogiar o petisco, antes de o serviço religioso começar. Disse à minha amiga que estava com medo de nem conseguir comer outra coisa, já tinha acabado com várias tigelinhas. “É Ginger!”, ela respondeu.
Ou seja, o jantar era feito pelo bufê da Andrea Rinzler e da Nina Horta. Imediatamente parei com as amêndoas; tinha de reservar lugar para os quitutes judaicos que seriam servidos após o Cabalat Shabat.
Um pouco mais de uma hora depois, almas lavadas, pensamentos soltos e todos prontos para uma taça de vinho e um pedaço de chalá. Na sala de jantar, uma mesa com muito mais do que isso: vareniques, guelfite fish, salmão defumado, salada de pepino, arenque e, ali no meio, salada de trigo com romã.
Há anos, muitos anos, não comia essa salada. Por que raios fiquei tanto tempo sem comer essa salada de trigo com romã? É das coisas mais gostosas que se pode comer. Basicamente, porque não sei fazer.
Liguei para a Nina e pedi a receita. Ela respondeu: “Puxa, que bom, tava boa a salada, é? É bem o tipo de comida que você gosta, não? Meio vegetariana...” (Agora vem a parte em que parece que eu quero me exibir.) Dias depois, chega à minha casa uma tigela, tigelona, da salada. Não consegui parar de comer. Comi até lamber o molho. E só depois de comer o último grão me dei conta de que ela mandou um pote de salada mas não me deu a receita. Danada.