Top 10

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Por Rita Lobo - 05 de fevereiro de 2010


Janeiro foi especial para mim. Férias, descanso e muitas coisinhas gostosas de comer com a boca e com os olhos. Fiz uma lista das que quero repetir em fevereiro. Como ficou parecendo grego, achei melhor comentar cada um dos itens.

Top 10 de janeiro

1. Takoyaki do Issa
2. Piadina da Anissa
3. Editora Marabout
4. Arenque do Kinoshita
5. Sousplat da Liberdade
6. Chocolate quente da Cau
7. Esfiha com mostarda
8. Garrafa de Doña Paula
9. Bolinho de chuva
10. Fôrma para pudim de coco

Las tapas japonesas

Takoyaki é um bolinho de polvo. Issa é um boteco na Liberdade. O bolinho é uma delicadeza, quase um suflê, com perfume de gengibre. Delícia de comer e de ver fazer também. Parece mágica. Uma massa líquida como a de panqueca é derramada numa chapa com cavidades esféricas; com um único palito, a cozinheira vai mexendo, mexendo, coloca um pedacinho de polvo aqui, gengibre ali e, de repente, as bolinhas douradas estão prontas. Muita técnica nas mãos e humor na expressão. O Issa é um lugar curioso. Só mulheres atrás do balcão. Divertidíssimas. Em vez de sushi ou sashimi, comidinhas quentes, em pequenas porções, como se fossem tapas japonesas. (Tem um tom de ironia na minha voz quando digo tapas japonesas. Poderia ser mezze, antipasto, mas agora, seja qual for a cozinha, pequenas porções são tapas. Las tapas...)

O pão que pensa que é pizza

Já dediquei um post inteiro à piadina. Então, serei breve. É incrivelmente fácil de fazer, incrivelmente deliciosa e, o mais importante, meus filhos amaram! Ah, e fica pronto num segundo. A receita está aqui.

Parlez vous français?

Estou apaixonada pelos livros de culinária da editora Marabout. Comprei alguns na Livraria Francesa e depois fiquei horas babando no site. Um mais lindo que o outro. Fotos modernas, projetos gráficos inovadores, temas ousados. E tem os basiquinhos também.

Mãe judia

No mês passado, o chef Murakami colocou no cardápio do Kinoshita um delicioso arenque marinado. Ele é servido de algumas maneiras, inclusive como sushi. O problema é que arenque é um peixe típico da culinária judaica. Portanto, o melhor arenque que um judeu pode comer é o feito pela própria mãe. Mas um pouco de competição faz bem. Será que o chef sabe onde ele está se metendo?

Sonho dourado

Lembra dos sousplats que comprei na Liberdade? Eles custaram, na promoção, R$ 5, cada. Entrei numa loja nos Jardins, e lá estavam eles, lindos e dourados por apenas R$ 18, cada. Os sousplats estão aqui na lista para lembrar que é sempre bom pesquisar. Principalmente as coisas que brilham.

Até no verão

Chocolate quente não é exatamente bebida de verão. Mas o da Cau é tão irresistível que não importa a estação. É quase um mingau, bem espesso, como chocolate quente italiano.

Um estranho casamento de sabores

Minha amiga se mudou para uma casa linda, com jardim, piscina, um clube. Lá fomos nós fazer um piquenique com as crianças. Ela serviu várias coisinhas, inclusive esfiha. Junto com os temperos, um vidro de mostarda de Dijon. Meio sem pensar, passei um pouco de mostarda na esfiha. Que delícia de combinação. Acho que vai virar moda, em casa. Ou vale para lembrar de experimentar coisas não tão óbvias.

Girls night

O vinho era Doña Paula. Minha mãe trouxe da Ar-rrentina. Mas ele está aqui na listinha por acaso. Foi a bebida de um girls night. Tem coisa mais gostosa que ficar de papo com amigas? Espero fazer muitos repetecos no decorrer do ano!

Chove chuva

Que fique claro, esse tanto de chuva de janeiro não teve graça nenhuma. Mas, foi por causa dela que, na praia, comemos estes bolinhos de chuva, que têm gosto de infância, agora também para os meus filhos.

Fôrma e conteúdo

Eu sou uma pessoa um pouco temática, eu sei. Pode ser chato para os outros, mas tem vantagens para mim. Meus amigos só me presenteiam com coisas de cozinha, e eu adoro! Pois bem, fiz uma reunião com meu editor, que me deu o livro de doces da poeta Cora Coralina. É um livro de receitas de antigamente, quando as pessoas cozinhavam para passar o tempo. Um doce mais gostoso que o outro. Fiquei com vontade de fazer um pudim de coco. No dia seguinte, minha amiga Lulu chegou de NY e trouxe de presente uma fôrma de pudim. É linda, de cobre, um formato que não se vê mais. Dá até pena de usar. Dá nada: esse fim de semana vou fazer pudim. Mas escolhi o livro e a fôrma para terminar a minha listinha porque eles, para mim, representam o desejo de que na vida não haja coincidências. Está tudo certo.