Tendência: vintage

Tendência: vintage
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Por Rita Lobo - 04 de janeiro de 2012


Não me canso de olhar para esta foto com pratos vintage, calculadamente desorganizados na estante, sob o olhar da tia-avó em tempos áureos. A foto foi feita numa loja em Nova York, onde passei uma semana pesquisando tendências. Um bate-perna danado! Nas outras semanas do ano, boa parte do meu trabalho é sentadinha, lendo – e, muitas vezes, respondendo – e-mails endereçados ao Panelinha. Com isso, consigo ter uma ideia do que as pessoas estão querendo ou precisando quando o assunto é comida. Mas tem também um outro lado que é, justamente, tentar oferecer o que elas ainda nem sabiam que não podiam viver sem!

Para me conectar com você, vale tudo. Olhar para dentro. E olhar para fora. Pesquisar na internet, nas livrarias, divagar, andar devagar, acelerar o passo, ir ao cinema, ao teatro, comer além da conta, beber mais que uma taça, conversar, cutucar, ler, observar. Ah, e viajar.

Para a revista Lola deste mês (eba, já está nas bancas!), fiz um resumão das tendências. São quatro páginas recheadas de imagens e ideias para refletirmos como vai ser a nossa mesa em 2012.

Uma das estéticas que mais me inspirou foi a vintage. Ela possibilita que as pessoas coloquem à mesa um pouco da própria história ou revelem um talento para o bom gosto, fazendo associações bem pessoais, únicas. Tem a ver com exclusividade, que vai além do que o dinheiro pode comprar. Vale misturar peças herdadas ou garimpadas na feirinha de antiguidades a pratinhos produzidos na China mas com cara de louça de tia-avó. A ideia é que os pratos sejam mesmo diferentes uns dos outros.

No prato

Em termos de comida, essa tendência indica dois caminhos. O primeiro, mais simples, é o de dar cara nova a receitas datadas. A outra possibilidade que essa composição de pratos (cada um de uma origem, tamanho, cor ou estampa) sugere é experimentar também na composição dos cardápios. Vale explorar diferentes tipos de cozinha numa mesma refeição, ou combinar os alimentos de sempre de uma maneira inusitada, ou inverter as técnicas de cozimento. Esse segundo caminho, porém, requer mais conhecimentos. É para quem gosta de cozinhar. Mas não como antigamente. Olha só o paradoxo da tendência vintage! Ainda bem que o ano está só começando.