Rosh Hashaná - e como planejar uma festa

Rosh Hashaná - e como planejar uma festa
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Por Rita Lobo - 10 de setembro de 2014


Sabe o que não pode faltar na minha mesa de Rosh Hashaná? Pelo menos uns 12 alimentos… É que, na tradição judaica, a comemoração do ano novo (do calendário hebraico) é marcada por rituais, orações e, bem, muita, mas muita comida.

Neste ano, a data cai no 25 de setembro. Assim como no réveillon, um jantar na véspera marca o início das festividades. Olha que bonito: para pedir que o ano seja doce, assim que a ceia começa, uma fatia de maçã é mergulhada no mel. Na sequência, vem alho-poró ou acelga, que simbolizam um mesmo desejo: que os inimigos não atravessem nosso caminho. Para que os méritos se multipliquem, é servido feijão ou lentilha – viu de onde vem a tradição de comer lentilha no réveillon?

Depois de comer os 12 alimentos simbólicos, rezando a cada passagem, é hora do jantar (eu avisei que era muita comida!). Os pratos costumam ser mais adocicados. Inclusive o gefilte fish, este bolinho de peixe da foto, costuma ter uma pitada de açúcar. Ah, e olha que curioso: nos outros momentos do ano, a cenoura colocada sobre o bolinho pode ser em meia-lua; no ano novo, surge em rodelas, representando moedas de ouro. Quem não quer muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender.

O bolo de mel é o clássico dos clássico da data. E na semana que vem eu post uma receita bem tradicional, com uma apresentação mais moderninha (se eu fosse você, não perderia).

A mesa, tão importante, precisa de decoração. Dois dos símbolos mais usados são a maçã e o mel. Pessoalmente, gosto de reproduzir uma tradição sefaradi: um centro de mesa com frutas cheias sementes – é para que o novo ano venha cheio de frutos. Romã é a fruta mais usada, mas, como estamos no Brasil, por que não combinar com fruta do conde?

Como qualquer festa que é comemorada em conjunto, é preciso organização. Conto aqui rapidamente como faço nesses casos. Em primeiro lugar, gasto um tempo antecipado planejando – que é para não gastar um tempo afobado, em cima da hora, tomando conta das coisas que não foram (e poderiam ter sido) pensadas. Papel e caneta na mão: tudo começa com um checklist que vai do cardápio aos itens do banheiro, passando pelo lembrete de comprar gelo.

Escolho as receitas pensando no sabor individual e em conjunto – gosto de misturar texturas e ingredientes variados. Evito receitas que precisem ser feitas na hora. Depois separo as receitas e faço a lista de compras dos ingredientes e de convidados.

No meu planejamento, anoto até mesmo o que vou fazer uma semana antes, no dia anterior, e até se dá pra congelar alguma coisa com antecedência. Calculo a quantidade de bebidas (uma garrafa de vinho para quatro taças é a conta que se faz geralmente), de água (com e sem gás), de gelo.

E assim segue. Vai ter flores? Melhor deixar isso pro dia anterior. Vai contratar uma copeira? Combine com alguma antecedência para não passar aperto na festa. Você tem todo o material de que vai precisar? Cheque copos, pratos, talheres, guardanapos, toalha de mesa, travessas e talheres para servir. Limpe tudo antes e alugue o que faltar. Não se esqueça de equipar o banheiro.

Sentar para anotar, fazer listas paralelas, planejar com antecedência... Isso vai tomar um tempinho, mas a recompensa vem no dia do jantar: você vai poder aproveitar a festa.

Fotos: Editora Panelinha/Charles Naseh