#ReceitasQueBrilham: Cardápio de Natal
Por Rita Lobo - 02 de dezembro de 2014
Gostaria de dar parabéns, antecipadamente, a todos que conseguem chegar à noite de 24 de dezembro com pique para curtir a festa. Minha amiga, dezembro é uma guerra! Ruas lotadas, homens brigando com velhinhas na fila do supermercado, engarrafamento até na garagem de casa. Não é à toa que, em tantas famílias, sempre rola a briga do Natal: as pessoas estão exaustas!
Será que eu estou exagerando? Na dúvida, decidimos fazer um plano de bordo natalino. Desde 24 de novembro, o blog Pitadas vem publicando posts com tudo o que você precisa fazer a cada dia para brilhar no Natal — não porque está suando em bicas, que fique claro. É uma espécie de contagem regressiva transformada em planejamento diário.
Por aqui, é hora de começarmos a falar sobre o cardápio. Quantas vezes no ano você consegue reunir a família toda? Provavelmente, não muitas. E só isso já seria um bom motivo para caprichar no menu. Montei um cardápio natalino recheado de receitas icônicas, mas sem perder de vista a praticidade e com aquele toque de novidade que a gente tanto gosta. Vai ter peru, tender, farofa…
Diga farofa... Crocante!
Os acompanhamentos, aliás, são um caso à parte. Porque uma ceia clássica tem que ter peru e tender. Mas o acompanhamento não precisa ser sempre aquela rodela de abacaxi em calda com uma cereja no meio. Que tal servir um chutney de maçã verde? Esse molho rústico, que lembra uma compota salgada, é de origem indiana mas combina as mil maravilhas com peru e tender. Natal combina com sabores agridoces.
Só que, da farofa de castanha portuguesa, não dá para abrir mão. Acho até que ela é uma das estrelas da mesa. Tão importante que, se cada um vai levar um prato, não deixe de preparar a farofa em casa. Sabe por quê? É que farofa boa é aquela feita em cima da hora, servida ainda quentinha. (E aqui entre nós, é o prato mais fácil de preparar. Não sou boba, não! Alô, tia Eugênia, pode trazer o peru?)
#dicasquebrilham: na hora de preparar a farofa, use uma frigideira larga de aço inox com fundo triplo para dourar por igual e conservar a temperatura, mesmo depois de desligar o fogo. Sugestão: amarre no cabo um guardanapo especial ou outro tecido bacana e leve a frigideira à mesa.
O problema do peru
Sim, caro leitor, temos um problema a enfrentar neste Natal. E o maior problema não é assar o peru, porque isso você aprende de letra com a minha receita. (Nem precisa ligar para a tia Eugênia.) O drama é encontrar para comprar um peru que NÃO seja temperado. Sabe-se lá o que andam colocando para temperar a pobre ave! Mas vamos torcer, irmãos, torçamos juntos para que, este ano, o mercado volte a oferecer um peru natural. Aliás, se encontrar um no mercado hoje, agarre! Dê um jeito de esvaziar o congelador e não abra mão desse peru sem tempero. Assim você pode usar tangerina e sálvia para dar ao clássico prato de Natal uma combinação de sabores extremamente elegante — bem diferente daquele gosto triste, caidíssimo, de tempero industrializado.
Se o número de convidados for grande, sirva também um tender, de preferência com osso, que é mais suculento do que o bolinha. Em vez de rodelas de abacaxi, que tal um molho de abacaxi? É assim que surgem os novos clássicos!
O começo e o fim
Já falamos sobre os pratos principais, os acompanhamentos e, com isso definido, podemos passar para o drinque e para a sobremesa. A ceia é clássica, mas também tem que ser prática (já teremos tido muito trabalho para sobreviver ao mês de dezembro). Vou fazer uma sugestão. Se você não gostar, não tem problema: deixo no fim do post um link com várias opções de receitas. Mas a minha proposta para deixar a ceia mais prática é pular saladas e entradas e começar a noite com um drinque que vale pelo aperitivo. Assim, todo mundo pode comer um belo prato dos clássicos natalino, o peru e o tender, sem passar o jantar inteiro reclamando que não devia ter comido tanto patê de fígado.
É por isso que coloquei no cardápio o mais clássico dos drinques de festa, o ponche. Ele ainda ganha a coloração do vinho rosé para deixar o copo mais festivo. Você come as frutas e toma um drinque levinho — a graduação alcoólica é a recomendável para eventos familiares: baixíssima!
Para descomplicar ainda mais, a sobremesa ideal tem que ser feita com antecedência, ficar na geladeira e levar em conta o calor dos trópicos. Eu pensei no sagu de vinho tinto, deliciosamente refrescante. Pensando bem, não sei como ele ainda não se tornou um clássico de Natal.
Cardápio Natalino
Ponche rosé
Peru com tangerina e sálvia
Tender com molho de abacaxi
Farofa de castanha portuguesa com bacon
Chutney de maçã verde
Arroz branco
Sagu de vinho tinto com creme inglês
Foto: Editora Panelinha