Dry again

Dry again
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Por Rita Lobo - 18 de março de 2008


Não me lembro da última vez que fui a um bar. Isto é, não que eu tenha ficado tão bêbada que não consiga me lembrar de nada. É que não costumo sair para beber. Mas quando o bar oferece pratos com foie gras, bem, aí a coisa muda de figura.

Há menos de duas semana, Roberto Suplicy, famoso pelo seu extinto Supremo, que ficava na esquina da rua Oscar Freire com a rua da Consolação, abriu em outra esquina, bem menos movimentada, da al. Tietê com a rua Padre João Manuel, o seu novo bar. Dry. De Dry Martini, claro. (Se bem que poderia ser de dry cleaning, pois é isso que as roupas precisam depois de umas horas num bar.)

O local não poderia ser mais simpático. Pequenino, com janelões para as duas ruas, equipe profissional, música para adultos, nada de bate-estaca, um bar completo e, para a minha surpresa, um cardápio cheio de comidinhas gostosas. Se é que foie gras se encaixa numa categoria no diminutivo. É fígado e gordo. Não é comidinha. (Mas a porção é pequena.)

Há comidinhas, porém. Tem croquete de carne, bem sequinho, pastel de carne com gostinho de gengibre, panini. Depois vem os carpaccios, de carne, sim, e também de salmão e de haddock, ambos defumados, e de avestruz, que deve ser bom, pois os garçons insistem em oferecer. Mas não experimentei.

A chef Gisela Schmitt, magrinha, mocinha, comanda a cozinha. Ela não deve ter 30 anos. Mas já morou em Nova York, trabalhou no Julia Cocina aqui em São Paulo, virou personal chef, tem bufê e faz consultorias. E assim começou seu trabalho no Dry. Uma consultoria.

Era para ser uma cozinha simples, mas boêmios gostam de beber e também de comer. Então ela acrescentou “pratos típicos da boemia”, como picadinho, milanesita de mignon, risotto, tortelloni, um tal camarão dry, “flamblado no Noilly Prat”, explica a chef.

E se dry martini é a bebida da casa, um prato de foie gras é a aposta dos donos. Ele pode ser com torrada de brioche, saladinha de figos e pistache ao mel de trufas; ou com carpaccio de caju, praliné de castanha-de-caju e vinagrete de cachaça; ou ainda com gratin de batatas e cogumelos ao creme de baunilha fresca.