A verdadeira dieta "detox"

A verdadeira dieta "detox"
Compartilhe

Por Rita Lobo - 03 de janeiro de 2020


A primeira cartinha de 2020 não poderia ter outro tema: como resolver a equação exageros das festas x biquíni de bolinha amarelinha do verão! Tanta gente pediu esse tema que resolvi postar o conteúdo da primeira newsletter aqui no blog também. Se você ainda não é inscrito, deixe seu e-mail no link abaixo para receber tudo em primeira mão.

Inscreva-se na minha newsletter semanal

Não sei você, mas eu cheguei me arrastando no fim do ano. Além do cansaço físico e da exaustão mental, ainda tinha aquela energia coletiva de fim dos tempos rolando – coincidentemente (ou não), a música que mais ouvi nessas últimas semanas foi Sign of the Times, do genial Harry Styles. E, no meu caso, ainda tem um agravante: o cronograma de produção do Panelinha não coincide com o calendário gregoriano! É só em março que consigo tirar umas férias... Por isso mesmo, como todas as outras pessoas que conheço, nas festas, também enfiei o pé na jaca.

Celebração é sinônimo de exagero. E em todas as culturas! Mesa farta, excessos – de decoração, de maquiagem, de bebida! Não tem nada de errado com isso – a não ser que você passe o ano celebrando... O drama é que, com esse abuso todo, muita gente acaba querendo uma solução milagrosa para compensar, sem se dar conta de que ela pode ser igualmente exagerada. Não à toa, “detox” é das palavras mais usadas no começo do ano, momento em que a ressaca não ajuda a pensar direito e as dietas da moda, tão nocivas quanto os muitos drinques a mais da noite anterior, parecem fazer sentido.

Aproveitar esse momento para dar uma melhorada na alimentação é uma excelente ideia. Isso, porém, não significa cortar o glúten ou o carboidrato.

Em termos práticos, são apenas três passos para melhorar a alimentação:

1. aumentar o consumo de hortaliças (legumes e verduras) e de frutas;
2. reduzir o consumo de carnes;
3. e excluir os ultraprocessados – trocar o refrigerante por água, por exemplo, é uma escolha simples, mas muito eficiente, para melhorar a alimentação.

Assista ao Curso Comida de Verdade no canal Panelinha no Youtube

Conheça os livros da Editora Panelinha

Essas medidas não têm aquele impacto imediato que tanta gente procura. “Perca 5 kg em uma semana!” Mas em pouco tempo você já vê resultados e, no longo prazo, é fácil perceber que você está fazendo um bem para a sua saúde. Claro que as pessoas são diferentes umas das outras, mas essas orientações funcionam para todos. E também para o planeta.

Reduzir o consumo de carne está entre as recomendações da Organização Mundial da Saúde. Atenção: você não precisa parar de comer carne e abrir mão da sua alimentação tradicional. Mas certamente não precisa comer carne em todas as refeições. Outro ponto importante: em função da demanda da China, o preço da arroba do boi gordo atingiu um novo patamar e, ao que tudo indica, não vai voltar para a média de R$ 150 do ano passado. Boa hora para reduzir o consumo.

Excluir os ultraprocessados é a recomendação do Guia Alimentar para a População Brasileira. Em 2019, dezenas de estudos internacionais relacionaram o consumo de ultraprocessados à epidemia de obesidade mundial.

Aqui no Panelinha, estamos tão empenhados em promover a alimentação saudável, inclusive para prevenir a obesidade, que às vezes nos esquecemos que nem todo mundo sabe que obesidade é o maior problema de saúde publica dos nossos tempos.

Muita gente ainda associa obesidade somente à estética, como se não estivesse diretamente ligada a doenças sérias, como diabetes, cardiopatias, hipertensão, entre outras. O assunto é urgente – nenhum país conseguiu reduzir os índices da obesidade epidêmica. E uma coisa é certa: o consumo de ultraprocessados é central nessa discussão.

Na hora de fazer as nossas escolhas, não podemos ignorar que o atual sistema alimentar privilegia os ultraprocessados: temos que ser firmes e excluir esses produtos do dia a dia das nossas famílias.

Sem os ultraprocessados, automaticamente você vai reduzir o consumo de açúcar, sal e gordura. Esses produtos são compostos industriais que, além de aditivos químicos (como corantes, aromatizantes, estabilizantes, conservantes, emulsificantes, etc.) têm quantidades altíssimas de açúcar, sal e gordura. São feitos para custar pouco e viciar. Isso sim é tóxico para o corpo!

Saiba o que são produtos ultraprocessados

Se você abriu essa cartinha na esperança de que eu iria sugerir uma dieta detox milagrosa, como diriam os meus filhos, desculpaê, foi mals. Mas, por outro lado, a notícia é boa: quem come comida de verdade o ano todo não precisa se preocupar com a porção extra de pavê da ceia!

Como tantas outras coisas na vida, o segredo é pensar no longo prazo. Duvide de soluções mágicas! Aproveite este começo do ano para melhorar a sua alimentação e fazer uma mudança para a vida. De um lado do prato, capriche no arroz com feijão. Do outro, arrase nas hortaliças. Reduza o consumo de carnes. Exclua os ultraprocessados. Garanta frutas frescas em todas as refeições. Ah, e faça mais compras na feira. Acredite, o ano vai ser bem mais saboroso. E saudável.