Comida empratada
Por Rita Lobo - 02 de outubro de 2011
Há muitos anos, um conhecido meu – dessas bibas finas, elegantes, porém um pouco malditas –, me puxou de lado numa festa e olhou fundo nos meus olhos, antes de dizer algo em tom solene. Ele inspirou e disse: “A língua portuguesa que me perdoe, mas você é uma pêssega” – e, depois, caiu na gargalhada.
Quando comecei a escrever a coluna da Lola deste mês, a frase pipocou na minha cabeça. Eu estava tentando evidenciar a ideia de make up culinário, fazendo uma analogia entre um rosto e um prato. Mesmo quem tem pele de pêssego, pensei, fica melhor com um pouco de maquiagem. E com comida não é diferente – já notou o efeito gloss da manteiga?
Se uma boa pele é a base da maquiagem, um prato bonito também é indispensável. Para fazer montagens bacanas, o ideal é investir em pratos lisos, especialmente os claros, sejam eles brancos, crus, areia, off white. A comida ganha mais destaque só por não precisar dividir espaço com estampas. Por isso, é básico ter um jogo liso. Mas ele não precisa ser simplesinho. Pode ser de porcelana, de cerâmica, ter texturas e formatos diferentes.
Na foto do post, clicada pelo Jefferson Copolla para a Lola, você vê uma seleção de pratos que fiz para ilustrar essa ideia – e, não por acaso, agora você sabe, pipoquei umas pêssegas, quer dizer, uns pêssegos na imagem.
Montagem
Servir a comida já no prato é um ótimo truque para comer na medida. Se a travessa de lasanha está a uma colherada de distância, fica difícil não repetir. Então, se vamos comer apenas um prato, é melhor que ele esteja lindo!
Há várias maneiras de empratar a comida. Na mais tradicional, imagina-se um relógio: a carne é o ponteiro das 2h, o arroz ou as batatas, das 10h e os legumes, das 6h.
Em outra técnica, mais contemporânea, a comida é empilhada: em vez de colocar o purê de um lado e a carne do outro, o purê vira um montinho para o bife se apoiar. Simples assim.
Seja qual for a montagem, o ideal é fazer um rascunho na cabeça com o desenho que se quer fazer, antes de colocar a comida no prato. Aí, vale rabiscar com azeite, pincelar o molho, dar um colorido com ervas frescas. Além de fazer experiências mentais e práticas na sua cozinha, fique de olho nos pratos dos bons restaurantes. Eles são inspiração garantida!
De todo modo, o alimento principal, geralmente a carne, costuma ser o ponto focal. Um jeito fácil de destacar é dando um pouco de elevação – como o bife apoiado no purê. Outra boa regra, que vale pela estética e para a nutrição, é colorir o prato. E a melhor maneira é usar legumes e verduras cruas ou cozidas al dente. Além de o prato ficar lindo, a nossa pele agradece. E, aí, vamos todas pedir desculpas à língua portuguesa: a gente adora uma pele de pêssega!
Quando comecei a escrever a coluna da Lola deste mês, a frase pipocou na minha cabeça. Eu estava tentando evidenciar a ideia de make up culinário, fazendo uma analogia entre um rosto e um prato. Mesmo quem tem pele de pêssego, pensei, fica melhor com um pouco de maquiagem. E com comida não é diferente – já notou o efeito gloss da manteiga?
Se uma boa pele é a base da maquiagem, um prato bonito também é indispensável. Para fazer montagens bacanas, o ideal é investir em pratos lisos, especialmente os claros, sejam eles brancos, crus, areia, off white. A comida ganha mais destaque só por não precisar dividir espaço com estampas. Por isso, é básico ter um jogo liso. Mas ele não precisa ser simplesinho. Pode ser de porcelana, de cerâmica, ter texturas e formatos diferentes.
Na foto do post, clicada pelo Jefferson Copolla para a Lola, você vê uma seleção de pratos que fiz para ilustrar essa ideia – e, não por acaso, agora você sabe, pipoquei umas pêssegas, quer dizer, uns pêssegos na imagem.
Montagem
Servir a comida já no prato é um ótimo truque para comer na medida. Se a travessa de lasanha está a uma colherada de distância, fica difícil não repetir. Então, se vamos comer apenas um prato, é melhor que ele esteja lindo!
Há várias maneiras de empratar a comida. Na mais tradicional, imagina-se um relógio: a carne é o ponteiro das 2h, o arroz ou as batatas, das 10h e os legumes, das 6h.
Em outra técnica, mais contemporânea, a comida é empilhada: em vez de colocar o purê de um lado e a carne do outro, o purê vira um montinho para o bife se apoiar. Simples assim.
Seja qual for a montagem, o ideal é fazer um rascunho na cabeça com o desenho que se quer fazer, antes de colocar a comida no prato. Aí, vale rabiscar com azeite, pincelar o molho, dar um colorido com ervas frescas. Além de fazer experiências mentais e práticas na sua cozinha, fique de olho nos pratos dos bons restaurantes. Eles são inspiração garantida!
De todo modo, o alimento principal, geralmente a carne, costuma ser o ponto focal. Um jeito fácil de destacar é dando um pouco de elevação – como o bife apoiado no purê. Outra boa regra, que vale pela estética e para a nutrição, é colorir o prato. E a melhor maneira é usar legumes e verduras cruas ou cozidas al dente. Além de o prato ficar lindo, a nossa pele agradece. E, aí, vamos todas pedir desculpas à língua portuguesa: a gente adora uma pele de pêssega!