Café estrelado

Café estrelado
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Por Rita Lobo - 10 de abril de 2008


Já escrevi várias vezes sobre o meu vício por café. Mais especificamente pelo café Suplicy. De manhã, antes de levar meus filhos à escola, em casa, tomo café da manhã sem café. Suco, pão, banana e, às vezes, ovo. E, diariamente, faço meu pitstop no Suplicy antes de ir para o escritório. Até tomo café em outros lugares. Mas não gosto.

O dono do café, Marco Suplicy, não chega a ser meu amigo. Mas depois de tanto tempo tomando café sob o mesmo teto, criamos alguma intimidade. Hoje, assim que cheguei, Marco me disse que ele tinha acabado de sair. Ele? Ele quem?, perguntei.

- Até disse para ele te esperar... – disse Marco com um certo ar de suspense e um sorrisinho no canto da boca.

Por um segundo duvidei de mim mesma e tive certeza de ter perdido algum compromisso importante, marcado com semanas de antecedência. Fiz um esforço. Nada. Nadica de nada rings a bell.

- Marco, quem veio aqui hoje cedo? – perguntei com um tom um pouco mais sério que o normal.

Era Pierce Brosnan. Saiu publicado por aí que ele veio gravar o comercial de um carro, que está hospedado no Emiliano e que foi jantar no D.O.M., do Alex Atala. Imaginei que seria divertido escrever um post contando que, logo pela manhã, esbarrei com o 007, ou melhor, com Thomas Crown, e que ficamos de papo, numa conversa informal, como dois velhos freqüentadores do mesmo café.

Combinei com Marco que, se alguém perguntasse, ele iria confirmar que me viu papeando com Pierce Brosnan. Ele caiu na risada e respondeu que confirmaria, mas, antes, eu teria que confirmar que ele foi ao Suplicy.

Era tudo mentira! Ai, mas que lorota boa. E eu caí direitinho. A verdade é que Marco cruzou com ele andando na rua e desejou tão intensamente que ele tivesse tomado um cafezinho no seu estabelecimento que eu nem duvidei da história. Infelizmente, ele não foi ao café hoje. Melhor assim, não preciso ficar pensando sobre o que eu não disse a ele. Até porque, não teria nada para falar.

Esse café fofíssimo da foto, com Saturno e estrelas, não foi feito no Suplicy. Mas achei que ilustra bem o sentimento de que um bom café pode fazer a gente viajar. Não é, Marco? Agora o melhor da história. Uma amiga me contou que cruzou com ele, a poucos quarteirões dali, tomando café da manhã no Le vin. Será verdade?