Beijo na boca
Por Rita Lobo - 30 de março de 2009
Macarrão ao alho e óleo, teoricamente, é comida que, se os dois escolherem, dá para beijar depois. Já sanduíche, seja qual for o recheio, na minha opinião, não é comida de namoro. Bala seguida de beijo vai bem. Menta, tangerina, violeta. Já experimentou bala de violeta? Elas são populares na Inglaterra, mas as clássicas são de origem francesa. Flavigny é a marca. E eles fabricam também pastilhas de flor de laranjeira, de rosas, de anis. Um sonho.
Nesse mesmo sonho, com aromas roxo e lilás, entram fragrâncias da minha marca favorita de perfumes, Penhaligon’s. Eles fazem o meu perfume, Blenheim Bouquet , e também colônias de flor de laranjeira, de rosa e de violeta. Aliás, Violetta. É esse o nome do perfume. Para mim, ele tem ao mesmo tempo cheirinho de infância e de vovó. De infância porque eu usava uma água perfumada que não era Penholigan’s mas tinha aroma de violeta. (Descobri isso comendo a minha primeira Flavigny, que tinha o gosto do meu antigo perfume.) Violeta é flor de vovó e tem cheirinho de senhoras com cabelo de algodão-doce lilás. Um raro aroma que une na mesma nota o começo e o fim da vida. Mas é do beijo na boca que eu vou falar.
Violeta cristalizada tem sabor de encanto. Coisa de moça, de princesa. E com brilho. Entre o começo e o fim da vida, tem a idade adulta; se tudo der certo, ela é recheada de beijos. Na boca. Se nem tudo der certo, tem a violeta cristalizada, que muitas vezes pode ser melhor que um beijo.
L. voltou de viagem com a minha tão sonhada caixa de marroni. Na Itália, marron glacê faz par com violetas cristalizadas. Então, os marrons são embalados um a um, e as violetas vêm polvilhadas por cima deles. A caixa é fechada, e o casamento de sabores fica selado.
Hoje pela manhã, depois de um sonho mais para roxo que para lilás, comi um marron fresquinho, recém-chegado de Milão. Na sequência, uma violeta. Os sabores se beijaram na minha boca. E eu sonhei acordada. Ele come um marron. Ela, uma violeta. And the rest is history.
Nesse mesmo sonho, com aromas roxo e lilás, entram fragrâncias da minha marca favorita de perfumes, Penhaligon’s. Eles fazem o meu perfume, Blenheim Bouquet , e também colônias de flor de laranjeira, de rosa e de violeta. Aliás, Violetta. É esse o nome do perfume. Para mim, ele tem ao mesmo tempo cheirinho de infância e de vovó. De infância porque eu usava uma água perfumada que não era Penholigan’s mas tinha aroma de violeta. (Descobri isso comendo a minha primeira Flavigny, que tinha o gosto do meu antigo perfume.) Violeta é flor de vovó e tem cheirinho de senhoras com cabelo de algodão-doce lilás. Um raro aroma que une na mesma nota o começo e o fim da vida. Mas é do beijo na boca que eu vou falar.
Violeta cristalizada tem sabor de encanto. Coisa de moça, de princesa. E com brilho. Entre o começo e o fim da vida, tem a idade adulta; se tudo der certo, ela é recheada de beijos. Na boca. Se nem tudo der certo, tem a violeta cristalizada, que muitas vezes pode ser melhor que um beijo.
L. voltou de viagem com a minha tão sonhada caixa de marroni. Na Itália, marron glacê faz par com violetas cristalizadas. Então, os marrons são embalados um a um, e as violetas vêm polvilhadas por cima deles. A caixa é fechada, e o casamento de sabores fica selado.
Hoje pela manhã, depois de um sonho mais para roxo que para lilás, comi um marron fresquinho, recém-chegado de Milão. Na sequência, uma violeta. Os sabores se beijaram na minha boca. E eu sonhei acordada. Ele come um marron. Ela, uma violeta. And the rest is history.