Bate-papo de fim de ano na Lilla Ka
Por Rita Lobo - 03 de dezembro de 2013
A semana que passou foi uma correria, e uma delícia. Na terça-feira (26/11), a gente lançou oficialmente a editora Panelinha, selo da Companhia das Letras, já com dois títulos: o Pão Nosso e o Quando Katie Cozinha.
Dois dias depois, na quinta, foi a vez de fazer um bate-papo na loja da Lilla Ka nos Jardins. A ideia era falar das festas de fim de ano com clientes e convidadas da marca.
Clima bom, gente interessada e divertida, muito bem recepcionadas pela querida Diana Sternfeld. E ainda teve comes e bebes saídos diretamente das páginas do meu livro Cozinha de Estar pelas mãos do bufê da Patricia Li; delícia. Aproveito pra contar aqui no blog um pouco do que a gente falou por lá, em forma de entrevista, que é como o papo aconteceu por lá. De repente, alguma dessas é também a sua dúvida.
Como evitar o desperdício na ceia de Natal?
A fartura das ceias - pra não dizer exagero - é parte da tradição. A fartura é simbolicamente importante, mas hoje o desperdício é uma questão ainda maior. Particularmente, gosto de cozinhar na medida - até fazem bullying comigo por conta disso… Aquela comida que sobra acaba dando um trabalho extra: tem que reciclar, congelar ou repetir à exaustão. Acho que você vai concordar: cozinhar o que se vai comer é mais contemporâneo.
O cardápio do Natal é bem rígido. Como torná-lo mais brasileiro?
É rígido porque, de novo, é uma tradição, e até acho bom que seja assim. Mas é claro que tudo pode ser revisitado ou tropicalizado. Um bom exemplo é o tender, que tradicionalmente leva rodelas de abacaxi e fios de ovos. Por que não servir o tender com um chutney de abacaxi? As especiarias dão um novo sabor pra esse tão conhecido cardápio. É possível inventar mais, sim: dá pra servir um gaspacho de entrada, uma moqueca no prato principal. Por que não?
Como garantir que o peru mantenha a carne macia?
A dica é recortar um pano do tamanho do peito do peru e embebê-lo numa mistura de vinho branco com manteiga. O peru vai para o forno com o paninho em cima e o truque é continuar regando com a mistura de tempos em tempos. No final, retira-se o pano para o peito dourar sem ressecar. Funciona que é uma beleza. Tem o passo a passo aqui.
Qual é o jeito mais contemporâneo de montar a mesa?
Cada um tem seu estilo, isso deve ser lembrado sempre. Mas a tendência atual é fazer uma bagunça proposital, misturar coisas diferentes, que tenham algo em comum - a cor, por exemplo. Antigamente, a mulher ganhava um faqueiro e um aparelho de jantar quando se casava e colocava em uso apenas em festas e jantares - e tinha outro, mais simples, para o dia a dia. Hoje esse conceito caiu em desuso, até porque tem muita coisa vendida avulsa, então você pode montar o seu próprio jogo, a sua própria coleção, com itens diferentes. Dá pra misturar até talheres. Olha aqui um exemplo de mesa de Natal com misturas, publicada no blog Pitadas.
Aproveito esta nossa conversinha de festas de fim de ano pra avisar que nessas próximas três semanas que antecedem o Natal o blog Pitadas vai estar cheio de material novo, produzido pela equipe do Panelinha. Ideias de mesa, receitas que viram presente (vai ter muffin, azeitona temperada, pão de mel, geleia…), sugestões de presentes que lembram comidinhas que a gente adora, dicas de livros e também de cardápio para a ceia.
Foto: Carolina Krieger/Divulgação