Superalimentos: será que eles são super mesmo?
Por Alimentação Saudável - 07 de março de 2016
Cinco dias, cinco posts: ao longo desta semana a gente vai empunhar a lupa e sair a campo com o blog Alimentação Saudável para fazer uma superinvestigação. Será que os superalimentos são isso tudo o que andam dizendo por aí?
A palavra “superalimento” costuma aparecer nas manchetes de revistas que prometem saúde a jato e corpos incríveis. Geralmente, um superalimento vem atrelado a algum benefício, como emagrecer ou acelerar o metabolismo (para, consequentemente, emagrecer), e é exaltado como a fonte definitiva disso ou daquilo – lembra da explosão da quinoa, “a proteína em grão que ajuda a emagrecer”?
E aí, quinoa é ou não saudável? Claro que é. Mas nenhum alimento isoladamente tem superpoderes. Ou seja, não existem superalimentos. "O ser humano é onívoro. Isso não significa apenas que ele pode comer tudo, mas que ele deve comer de tudo", afirma o médico e pesquisador Carlos Augusto Monteiro, Professor Titular do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da USP.
Monteiro lembra que alguns animais estão adaptados a uma dieta de um único alimento (como o esquilo, que se alimenta de nozes), mas que o processo de seleção dos seres humanos determinou que nossa alimentação precisa conter muitos tipos de alimentos, pois nenhum sozinho oferece um mix suficiente de nutrientes.
Cair no conto dos superalimentos é acreditar que a simples inclusão da quinoa na dieta, por exemplo, vá injetar doses de saúde no corpo. Quem aposta todas as fichas num superalimento também incorre no erro de medicalizar e restringir a alimentação. Comer é mais que isso: é também um prazer e um hábito cultural.
O blog Alimentação Saudável [de verdade] vai ajudar você a identificar as armadilhas que nos afastam de uma alimentação mais saudável.
Amanhã tem mais: os mitos da goji berry.
Foto: Editora Panelinha / por Ricardo Toscani